— Não tenha tanta certeza disso. Acho que
vou jogar tudo para o alto, e correr para uma praia.
— Não posso imaginar o grande Harry
Styles como um vagabundo de praia.
— Tudo de que preciso é da mulher certa para
levar junto.
— Isso não vai ser difícil — ela
respondeu, sem pensar — Tenho certeza de que Cher ficará muito feliz em ir com
você.
— O quê? Ela, desistir da carreira? Você
não conhece Cher, querida.
— Bem, deve haver um montão de outras
garotas menos exigentes! Tenho certeza de que a Perrie, por exemplo, gostaria muito
de ir junto.
— E você, é muito exigente? — ele perguntou,
num tom provocador.
— E isso tem alguma importância? Você não
me convidou, não é?
— Teria sentido eu convidar? Você está
sempre fazendo comentários de que eu estou atrás do seu dinheiro. — Os olhos
dele estavam frios e brilhantes.
— Não faço nada disso — defendeu-se,
sabendo que era mentira.
— Você é a pior mentirosa do mundo. Ainda
não descobriu que eu leio seus pensamentos? — ele perguntou, sorrindo.
Se lesse meus pensamentos, estaríamos em
outro lugar e não aqui, pensou. Em algum lugar aconchegante e quieto... Mas
disse coisa bem diferente.
— Se você lesse meus pensamentos, ficaria
contente por se livrar de mim. Afinal, não disse que eu sou uma pessoa
vingativa?
Em resposta, ele se afastou um pouco
mais, tirou a mão dela do seu ombro e olhou cuidadosamente.
— Que surpresa... não está segurando uma
faca. — Riu e tornou a abraçá-la.
— Não costumo usar facas em público.
— Quer ir a algum lugar em particular?
— Não, obrigada.
— Está bem. Quer fugir para alguma praia?
Sim! Sim! Era o que queria dizer. Mas ele
estava apenas brincando, como sempre fazia com ela.
— Pensei que você fosse levar Cher. Eu
iria atrapalhar.
— Não falei que ia levar Cher... foi você
quem falou. Precisa arranjar uma desculpa melhor do que essa.
— Qualquer desculpa é melhor do que nada.
Além do mais, você não está falando a sério; portanto, não faz a menor
diferença.
— Quem disse que não estou falando a
sério? — ele estava estranhamente calmo, mas obviamente ia insistir naquele
assunto, até que ela lhe desse a resposta desejada.
— Não pode estar. E há outro problema:
vai ter que dar um mês de aviso prévio, e, até lá, eu já terei ido embora e
estarei no meu novo emprego.
Ele a trouxe para mais perto e lhe acariciou
as costas.
— Pare de me alisar! Não sou nenhum gato!
—: falou, lutando para se livrar dele.
— Então, pare de lutar comigo — ele
disse, imperturbável. — Isso é uma dança, e é o homem quem costuma conduzir.
— O que eu acho uma grande bobagem.
Ele riu, e depois, rapidamente, mudou de
posição, fazendo-a passar o braço em sua cintura.
— Está bem. Então, agora você me leva — disse, rindo do desconforto
dela. — Mas estou avisando: é difícil não pisar nos pés das pessoas, quando se
está conduzindo.
— Eu preferia lhe dar um chute na canela
— ela respondeu, tentando seguir o ritmo da música. Foi um desastre, desde o
começo. Sentia como se arrastasse um saco de areia. Tropeçaram, bateram nos
outros pares e quase caíram. Ele ria, e isso só servia para deixá-la mais
zangada.
No final da música ele estava com o rosto
vermelho de tanto rir, e ela também, mas de pura raiva.
— Você é um dançarino horrível — disse,
furiosa. — E não vou convidá-lo mais. — Virou-se e voltou para a mesa,
deixando-o sozinho na pista.
Ela pegou a bolsa ao passar pela mesa e
saiu quase correndo para a toalete. Chegou lá corada, quase em lágrimas e deu
com uma Cher calma e alegre.
— Você esteve brigando com ele novamente
— disse a morena, sacudindo a cabeça.
Aquilo foi à gota d'água. (S/N)
trancou-se num dos reservados, já batendo a porta, e deixou as lágrimas
correrem. Levou um tempo enorme para se controlar. Finalmente, sentiu-se disposta
a voltar ao salão, mas estava com os olhos inchados e não tinha nenhuma
maquiagem para disfarçar. Não precisava voltar, pensou. Tinha deixado o xale
pendurado atrás da cadeira, mas não fazia mal. Simplesmente, não podia
encara-lo. Não naquele lugar. Eleanor ia notar o xale e o levaria para casa. Se
não... não tinha importância. Era um preço baixo para se livrar de mais problemas.
Demorou só um momento para chegar ao
corredor e chamar um táxi. Quando o carro chegou e ela começou a descer a
escada, sentiu uma mão segurar seu braço, e teve que parar.
— Eu deveria ter percebido que você é do
tipo que foge — Harry disse, sorrindo.
— Não... não sou — respondeu, incapaz de
encará-lo.
Ele a levou de volta para dentro do
hotel. Depois, voltaram à festa, como se nada tivesse acontecido. A mesa deles
estava vazia. Todos dançavam, e ele sentou-se diante dela, segurando-lhe a mão.
— Agora escute, mocinha. Essa bobagem tem
que terminar. Ou você me diz o que a preocupa e resolvemos tudo, ou procura se controlar.
Não me importo que você mostre um pouco do seu temperamento, mas essas
besteiras infantis são demais para o meu
gosto.
gosto.
— O que você sabe sobre o meu
temperamento? De qualquer modo, não é da sua conta. Estou cansada de receber
ordens suas.
— Diga-me o que eu fiz que a deixou tão
zangada.
— Nada.
Harry apertou mais o pulso dela.
— Não minta para mim. Não adianta nada,
querida, porque eu sempre pego as suas mentiras.
Ela continuou em silêncio, sabendo que as
lágrimas iam cair, se tentasse falar.
— Certo — ele disse, finalmente. — Se é
isso o que você quer... Foram interrompidos pela volta de Cher e Niall. Apesar
de ele parar de falar, não largou o pulso dela, segurando-a com mais força,
impedindo que aproveitasse a oportunidade para escapar.
— Vocês dois brigam muito — disse Cher,
fazendo com que o coração de (S/N) ficasse pesado. — Bem, não vamos atrapalhar,
listamos indo embora. — Deu um beijo em Harry. — Boa noite, querido. E boa
sorte nas brigas.
Mal percebeu o beijo que Niall lhe deu, e
logo o casal saía de braço dado. Pensava que Cher tinha vindo à festa com Harry
e sentiu-se confusa.
Os outros voltavam para a mesa e Harry se
isolou num silêncio pensativo. Quando a música recomeçou, ele convidou Eleanor e
deixou (S/N) livre para dançar com Louis. Só na última música voltou a dar atenção
novamente para ela e a levou para dançar.